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sábado, 23 de fevereiro de 2008

FÉ NA MAGIA OU MAGIA DA FÉ ?!

Manuel Armando * A propósito da publicação de uma caricatura, ou cartoon, sobre a minha pessoa, há uma semana atrás, neste semanário “Soberania do Povo”, fiz com alguns jovens, em habitual encontro semanal, um período de reflexão. Não pense o autor da mesma que me vou insurgir contra o facto. Não sou fundamentalista nem militante nas hostes de Maomé, ainda que possua e leia o Corão, puramente por questão de cultura geral. E, valha a verdade, até admiro todos quantos, com arte, são capazes de expressar os seus carismas em qualquer sector determinado, nomeadamente neste do caricaturismo, desde que o respeito e o bom senso sejam ressalvados e tidos em conta. Ora, continuemos a reflexionar sobre a “bolha” que “que me encima” na referida caricatura: “vinde a mim, meu povo!! Nisto da fé, não há magia!!...” Perguntei a todos os tais jovens se na verdade não existiria um pouco de magia na Fé. Logo um deles atalhou: “depende do conceito que se dê à magia”. Estava dado o mote para a conversa. Puseram-se em comum ideias sobre a Fé como caminho aberto ao estudo e esclarecimento possível. É certo que a Fé, para a pessoa que a vive, consiste num dom, numa força, numa virtude vinda da gratuidade de Deus e que o homem, ser limitado e mortal, aceita mais ou menos consoante a sua liberdade e sentido de humildade que possui. A Fé não é a resposta vaga que aliena o indivíduo perante as suas incapacidades de chegar ao conhecimento pleno de realidades que estão para além do que somos, sabemos, conhecemos ou palpamos. Muito menos, ainda, um travão para que não se vá mais longe na tentativa da descoberta de algo. Não é uma proibição de viagem aos arcanos, onde se poderia topar toda a verdade. Pode, pois, a pessoa ficar-se a meio da jornada com o receio infundado de que a Fé, Caminho para a Verdade Total, encerre a magia do descobrimento, um certo esoterismo dado a conhecer somente a alguns. A Fé, na realidade, é um convite certo e sério em direcção à plenitude de vida. Por esse facto ela não nos paralisa mas chama-nos a avançar e a estar atentos, como as crianças que, ao mirarem os passes da ilusão mágica, nada querem deixar escapar. Alicerçados nestes passes ou passos seguros da Fé a qual nos desvenda muito daquilo que a vida tem por dentro de si mesma, com tudo o que é desconhecido, chegaremos à razão de encontrarmos um sentido positivo da existência. É que ela vai conduzir-nos à tal Verdade Total que é Cristo, Palavra aberta e visível de Deus. E quando se descobre, com simplicidade e sem escamas nos olhos, esta verdade insofismável, então nós, os mais pequenos, escancaramos o olhar com o assombro e o encanto da magia despertada pelo encontro daquilo que somos com o que havemos de esperar. Então, meu caro Nelson Leal, eu e os meus jovens, ajudados pela sua “brincadeira” descobrimos que, realmente, na Fé há magia e… muita. * Padre e Ilusionista